domingo, 30 de novembro de 2014

Doente, mulher usa R$ 500 da mãe e cria empresa avaliada em R$ 500 mil (Folha de Murtinho)
Hildebrando Procópio - Porto Murtinho(MS)    
         
   
Enquanto fundava clínica de estética no DF, ela também descobriu câncer. Hoje, tem duas lojas e cinco franquias e foi elogiada pela presidente Dilma.

Afastada do trabalho depois de desenvolver doenças ocupacionais, a publicitária Carla Gomes, de 37 anos, decidiu transformar em trampolim o sentimento de inutilidade e abrir o próprio negócio.     O problema era conseguir dinheiro, já que havia um ano que ela estava sem salário. Ela pegou R$ 500 emprestados com a mãe e investiu na divulgação da clínica de estética que pretendia montar em uma suíte vazia de casa.


A estratégia deu tão certo que, hoje, após sete anos e tendo enfrentado um câncer na tireoide logo no início da empresa, batizada de Espaço Bela Mulher, a brasiliense tem um empreendimento avaliado em mais de R$ 500 mil, com duas lojas e cinco franquias, e já recebeu reconhecimento até da presidente Dilma Rousseff.


O espaço começou com dez clientes por mês, que chegaram depois da distribuição de 5 mil panfletos e afixação de três faixas cor-de-rosa em Ceilândia, região administrativa a 26 quilômetros do Plano Piloto. Carla havia acabado de passar por uma cirurgia nas mãos para corrigir os efeitos da síndrome do túnel do carpo – doença que exerce uma pressão no nervo do punho, dando a sensação de dormência, formigamento e fraqueza na mão – e se concentrava em planejar novos rumos para a empresa, enquanto uma vizinha esteticista e uma amiga depiladora faziam o atendimento.


A ideia era sempre guardar os lucros para investir na clínica. “[Pouco depois] tivemos que alugar uma pequena loja de 20 metros quadrados, porque a minha casa não estava mais suportando a clientela, e o meu esposo estava sem privacidade com tantas mulheres juntas. Minha mãe, sócia da empresa, emprestou sofá, armário e vaso de flores, e a minha vizinha emprestou a maca. E a grande empresa estava nascendo”, lembra, orgulhosa. “Imagina você sem saúde e sem dinheiro querendo abrir uma empresa com R$ 500? Só eu mesmo! Loucura! Que deu certo!”


Paralelamente, Carla buscava inspiração em cursos oferecidos pelo Sebrae e se especializava mais e mais nas áreas de estética e administração. O Espaço Bela Mulher começou a se destacar, e a microempreendedora voltou a sentir frio na barriga: com os novos clientes, era preciso mudar para uma loja ainda maior, investir em equipamentos modernos e contratar outros profissionais. Além disso, ela precisava devolver os itens emprestados e comprar mobília nova. A publicitária não hesitou.





Carla Gomes, fazendo limpeza na pele de uma cliente, em Brasília (Foto: Raquel Morais/G1)Carla Gomes, fazendo limpeza na pele de uma
cliente, em Brasília (Foto: Raquel Morais/G1)

Junto, no entanto, veio outro desafio: Carla descobriu estar grávida do segundo filho, ao mesmo tempo em que diagnosticou oito tumores malignos na tireoide. A clínica tinha um ano de existência, e ela ainda se tratava dos problemas na mão e de lesões em três vértebras da coluna.


“Tive que tirar forças de dentro de mim mesma e [ter] muita fé em Deus, porque parecia que o mundo ia acabar para mim naquele ano. Mas quando você tem sonhos, metas, objetivos, família que te ama, você consegue ver os obstáculos como oportunidades para lutar. Não foi fácil, mas venci. [Foram] muitas noites de lágrimas e dores no corpo, uma doença terrível, experiência que hoje posso contar para todos. O bom humor e a vontade de viver falavam mais alto”, afirma a mulher.


Por causa do bebê, a empresária adiou a radioterapia e acabou ficando com algumas sequelas. Entre elas, perdeu as glândulas que regulam a concentração de cálcio e vai precisar ingerir o composto e vitamina D pelo resto da vida.

Apesar das dificuldades, Carla afirma que não esmoreceu. Com a ajuda do marido e do primogênito, que atuam como “encarregado de serviços gerais” e “diretor de publicidade”, continuou investindo na empresa. O espaço acabou virando mais um filho para ela.A esteticista conta que nunca conseguiu tirar férias. O maior recesso foi de cinco dias.

Para ela, a dedicação e o planejamento a ajudaram a chegar às duas lojas e às cinco franquias do Espaço Bela Mulher, além de conquistar uma agenda que abriga 300 clientes todo mês. O empenho foi premiado pelo Sebrae em 2013 com o troféu MPE Brasil, de serviços de beleza.


“Não tenho a receita do sucesso. Se eu tivesse, iria vender, afinal sou mulher de negócios”, brinca. “Eu acredito que está na perseverança, no conhecimento, na minha vontade de conquistar o meu sonho, de ser uma empresária reconhecida. Todos vão encontrar dificuldades, mas um verdadeiro empreendedor as enxerga como oportunidades. Ele não desiste diante de qualquer problema. O sucesso não acontece por acaso.”


Com preocupações ainda maiores do que quando abriu a empresa – incluindo a manutenção do padrão de qualidade e da retidão na gestão, a publicitária conta que já viveu situações curiosas por causa do amor pela clínica. Uma delas foi no centro cirúrgico, por causa de um problema na coluna cervical.


“Estava anestesiada e falando da empresa. O médico falou para o meu esposo que, da próxima vez, iria anestesiar a minha língua, porque nem com a anestesia geral eu parava de falar de negócios”, ri. “A empresa é o meu pulmão e o meu coração. Tem que estar sempre bem.”


O esforço de Carla rendeu elogios até da presidente Dilma Rousseff, que soube da história dela por meio de uma funcionária que se tornou cliente do Espaço Bela Mulher. A chefe do Executivo nacional chegou a cogitar uma visita, mas acabou enviando uma carta. A publicitária guardou dentro de uma Bíblia a folha e uma foto autografada da presidente.

Bíblia da empresária Carla Gomes, com foto autografada enviada pela presidente Dilma Rousseff (Foto: Carla Gomes/Arquivo pessoal) Bíblia da empresária Carla Gomes, com foto autografada enviada pela presidente Dilma Rousseff (Foto: Carla Gomes/Arquivo pessoal)

“Recebi uma carta muito mimosa dela, pedindo desculpas por não comparecer à clínica, pois foi bem na época das manifestações. Ela informou que o país estava precisando dela com urgência e me parabenizou pela minha história de sucesso. [Disse] Que ficaria para uma próxima oportunidade”, conta.


Raquel Morais Do G1 DF

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A pescaria dos sonhos

A adrenalina de uma boa fisgada. A malemolência das águas do rio Paraguai compondo com a coloração inebriante do pôr-do-sol pantaneiro. Este é o cenário ideal para a pescaria dos seus sonhos. São mais de 230 espécies de peixes que fazem desta região a mais piscosa de todo o Estado de Mato Grosso do Sul.

Em Porto Murtinho, pousadas e barcos hotéis oferecem conforto e tranquilidade para famílias e amigos apaixonados por pescaria. Desde a hospedagem, passando pela preparação (iscas, barcos, motor) e chegando até a pescaria no Rio Paraguai, donos de hotéis, piloteiros e pescadores são voltados para o atendimento daqueles que fazem de Porto Murtinho o paraíso da pesca esportiva.

A cultura do turismo de pesca em Porto Murtinho está altamente ligada as suas origens, o que torna a população e o local preparado para receber e proporcionar excelência nos serviços oferecidos aos turistas. Jaú, pintado, pacu e dourado. Gigantes lutadores do rio que te farão experimentar a sensação única de uma boa briga em pleno Pantanal.

Para desfrutar inteiramente do Pantanal, os visitantes ainda podem experimentar várias espécies de peixes em pratos típicos, como o premiado ‘Pintado com bocaiúva’, que nasceu através de matérias primas e já faz sucesso em todo os país.

De março a novembro, Porto Murtinho está de braços abertos para receber você, sua família e amigos!

Algumas regras

Em Porto Murtinho, durante quase todo o ano é possível pescar no Rio Paraguai, porém é preciso respeitar o período da piracema, que acontece geralmente do início de novembro até o final de fevereiro, e é quando os peixes sobem em cardumes para as áreas de cabeceiras dos rios, onde ocorre a desova.

Durante a piracema os estabelecimentos devem declarar para a Policia Militar Ambiental os estoques de peixe in natura, resfriados ou congelados, existentes nos frigoríficos, peixarias, entrepostos, postos de venda, restaurantes, hotéis e similares em até 42h após o fechamento da pesca. A falta de declaração de estoque de pescado dá apreensão de todo o produto e multa de até R$1.000,00.

A pesca desportiva – autorização ambiental de pesca – permite juntamente com o “selo turismo”, a captura e o transporte do pescado (desde que sejam obedecidos os tamanhos mínimos de captura, os petrechos, a cota e período de pesca). Obrigatoriamente o pescador deve se dirigir a um Posto da Polícia Militar Ambiental para lacrar e declarar seu pescado, onde receberá uma guia de Controle de Pescado. A cota permitida por pescador é de 1 exemplar, mais 10 quilos de peixe e 5 piranhas, obedecendo os tamanhos mínimos para cada espécie. O pescador profissional tem cota de 100 kg por semana.

As área de pesca e solte são as seguintes:
- Rio Negro: trecho situado na confluência do Rio Negro com o Córrego Lajeado, localizado próximo à cidade de Rio Negro até o brejo lajeado existente no limite oeste da fazenda Fazendinha, no município de Aquidauana.
- Rio Perdido: em toda sua extensão, compreendendo os municípios de Bonito, Jardim, Caracol e Porto Murtinho.
- Rio Abobral: em toda sua extensão, compreendendo os municípios de Aquidauana e Corumbá.
- Rio Vermelho: Em toda extensão, no município de Corumbá.
Alguns petrechos são proibidos ao pescador amador, sendo a utilização desses materiais considerada crime;
- Cercado, pari, anzol de galho, bóia ou qualquer outro aparelho fixo, do tipo elétrico, sonoro ou luminoso.
- Fisga, gancho ou garatéia, pelo processo de lambada;
- Arpão, flecha, covo, espinhel ou tarrafão;
- substâncias tóxicas ou explosivas;
- qualquer outro artefato de malha (rede, tarrafa e outros).

A pesca não é permitida com o emprego de qualquer processo que facilite a concentração de cardumes, também não é permitida a prática de pesca embarcada com motor ligado em movimento circular (cavalo-de-pau).

Mesmo no período em que a pesca é liberada é proibido o uso de: rede, tarrafa, espinhel, cercado, covo, pari, fisga, gancho; garateia pelo processo de lambada e substâncias explosivas ou tóxicas; equipamento sonoro ou luminoso; e também anzol de galho.

De acordo com a Portaria IBAMA n°03 de 28 de janeiro de 2008, fica proibida na Bacia do Rio Paraguai, a captura, o transporte e a comercialização de espécies, cujos comprimentos totais sejam inferiores ao estabelecimento.

Tamanho mínimo para captura de pescado:
- Jaú: 95 cm; - Pintado: 85 cm; - Cachara: 80 cm; - Dourado: 65 cm; - Barbado: 60 cm; - Pacu: 45 cm; - Curimbatá: 38 cm; - Piavuçu: 38 cm; - Piraputanga: 30 cm (Segundo Decreto Estadual 11.724/2004 e 12.039/2006)

- Pati: 64 cm; - Jurupoca: 40 cm; Jurupensen: 35 cm; - Armado: 35 cm; - Corvina: 30 cm; - Piau verdadeiro: 30 cm; - Piapara: 25cm. (Segundo Portaria IBAMA n°03 de 28 de janeiro de 2008).
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